aldeões

Aldeões - nome escolhido para o meu Blog, pois o objectivo deste espaço é colocá-lo à disposição dos meus aldeões- alunos da EB1 da Aldeia de Santo André. Pretendo que aprendam a utilizar esta ferramenta e dela tirarem vantagens: compatilhando trabalhos; construíndo e consolidando os seus conhecimentos, através de uma aprendizagem activa e colaborativa.

2007-06-27

SORRIA


2007-06-26

VONTADE DE DAR ABRAÇOS


2007-06-25

UM ABRAÇO AMIGO


Aproxime-se mais.
Tente sentir do que um abraço é capaz.
Quando bem apertado,
ele ampara tristezas,
sustenta lágrimas,
combate incertezas,
põe a nostalgia de lado.
É até capaz de amenizar o medo.
Se for cheio de ternura,
ele guarda segredos,
e jura cumplicidade.
Um abraço amigo de verdade
divide alegrias
e se apraz em comemorações.
Abraços são pequenas oraçõesde fé ,
de força e energia.
Olhe para o lado:
há sempre alguém que quer ser abraçado
e não tem coragem de dizer.
Enlace-o.
O pior que pode aconteceré ganhar de volta um sorriso de carinho,
ou, quem sabe, uma palavra sincera.
Você vai descobrir que ninguém esta sozinho
e que a vida pode ser um eterno céu de Primavera.

BOAS FÉRIAS




BOAS FÉRIAS PARA TODOS.

2007-06-21

O DIA DA MÚSICA


Tem som de festa este dia
que enche a rua e o coreto
com as notas mais perfeitas
da melodia de um soneto
e percorre as avenidas
levando atrás de si
o cortejo dos que tocam,
seja em fá ou seja em mi,
a sinfonia mais bela
que a vida um dia compôs,
à esquerda de ouvir o coro
a que se junta a nossa voz.

Poema retirado de " O livro dos dias" de José Jorge Letria
Realizado pelos aldeões - Turma A (alunos do 3.º e 4.º anos)

FELICIDADE


2007-06-17

PARTICIPAÇÃO NO PROJECTO "À DESCOBERTA DOS PEQUENOS CIENTISTAS"


No dia 13 de Junho de 2007, participámos no 2.º Encontro do Projecto "À Descoberta dos Pequenos Cientistas", na Escola Secundária António Macedo. A experiência apresentada pelos alunos da nossa escola foi a simulação da erupção de um vulcão. Foi um dia muito bem passado, partilhámos experiências com colegas de outras escolas, brincámos e no fim da amanhã almoçámos no refeitório da escola hospedeira.



















2007-06-14

ERA UMA VEZ ...


Era uma vez três meninos pequeninos que eram muito curiosos. Andavam a brincar num jardim colorido com flores de muitas cores, debruado de arbustos verdes, onde os passarinhos trinavam alegremente. A Andreia observava as formigas no seu vai e vem, carregadas de grandes sementes, maiores que elas próprias. A Sofia descobriu um caracol sobre uma folha verde, e chamou pela Andreia: "-Andreia, Andreia, olha o caracol" E voltava a insistir: -"Andreia, Andreia, olha o caracol".
O João, que já tinha aprendido a gatinhar, andava para cá e para lá, a descobrir coisas novas que não se encontravam no seu berço. Era tudo tão grande e tão bonito !!! As grandes árvores que se estendiam no infinito, os pequenos troços de relva, a brisa no rosto...
Enquanto andava nas suas deambulações, encontrou... três pequenas arcas de madeira castanha. Quando a Andreia chegou perto, exclamou, muito entusiasmada: - "Olha, arcas do tesouro!!! O que será que tem lá dentro? Vamos, vamos procurar as chaves para as abrir!!!".
E começaram todos à procura das chavezinhas das arcas. Procuraram por entre os arbustos, por debaixo das pedras, atrás das árvores, por toda a parte, mas nada encontraram. Mas onde é que poderiam estar escondidas as chaves? Continuaram à procura, à procura, à procura... . Resolveram sentar-se, por fim, num tronco de árvore, caído, pois estavam os três muito cansados.
Mal se sentaram, o tronco resvalou e, cabuuum, taralhum, catrapum, pum, pum... deram todos um grande trambolhão! Que grande confusão! Levantaram-se e sacudiram as roupas sujas de terra e de flores. A Andreia foi ajudar o João a sacudir os seus calçõezinhos, enquanto a Sofia repetia: "Caiu, caiu, caiu...", e ria-se. Qual não foi o seu espanto quando viram uma pequena chavezinha azul mesmo no sítio onde tinha estado o tronco. Era ali que uma das chaves tinha estado escondida o tempo todo!!! Uma vez que só havia aquela chave, o melhor era experimentá-la... A Andreia pegou na chave e enfiou-a na fechadura da arca maior. Não servia! Depois foi a vez da Sofia: enfiou a chave azul na fechadura da arca e rodou... Ohhhh! Também não servia... Depois foi o João que pegou na chave e enfiou-a na fechadura da arca mais pequenina, ajudado pela Andreia, claro!!! A Sofia preparou-se para abrir a tampa da arca. Rodaram a chave com muito cuidado. A fechadura deu um estalido suave... e a tampa abriu-se. Espreitaram todos para dentro da arca com muito cuidado...
Dentro da arca estava ... o mar !!! Sim, o mar, com as suas ondas, a sua areia, os peixinhos e as conchinhas. Até tinha um barquinho!!! Dentro do barquinho estava... adivinhem só !!!... Uma chavezinha amarela. A Sofia exclamou: - Olha, olha, Andreia, uma chave... - E ria-se, feliz. E foram as duas abrir a arca do meio. O João ficou a olhar para o mar que estava dentro da arca, fascinado com o vaivém das ondas. De dentro da arca saíam gaivotas, esvoaçando em redor dele.
A Sofia exclamou: " Sou eu que abro!!! " - " 'Tá bem, 'tá bem, abre lá tu..." - disse a Andreia - "O que será que está lá dentro?" A Sofia meteu a chave na fechadura e tentou rodar, mas sozinha não conseguia. - "Ajuda, Andreia, ajuda..." - pediu. A Andreia ajudou-a a rodar a chave. A tampa da arca levantou-se quase como que por magia... As irmãs espreitaram muito devagarinho... Que bonito!!! Conseguia ver-se um campo muito verdinho, salpicado de florinhas coloridas pequeninas. Um riacho muito azulinho saltitava por entre seixinhos redondinhos, e coelhos espreitavam entre os arbustos. No fundo da arca vislumbravam-se umas montanhas com os cumes cobertos por um manto branco de neve. A Sofia chamou: - "Anda, João, anda ver, tão bonito!!! Entretanto, de dentro da arca saiu um passarinho, esvoaçando. - "Olha! " - chama a Sofia - "O piu-piu tem uma chave!" - O passarinho, que trazia uma chave vermelha no bico, esvoaçou até ao ombro da Andreia. Depois, deixou cair a chave no seu colo, levantando voo novamente. - "Olha, a chave da arca maior!!! Vamos, vamos abri-la já..."
Dirigiram-se à terceira arca e tentaram abri-la com a chave vermelha, mas a fechadura não dava de si... Tentaram de todas as maneiras possíveis, mas nada... Sentaram-se, por fim, em redor da grande arca. - "E se espreitássemos pela fechadura? " - perguntou a Andreia. Espreitaram, então, um de cada vez pela fechadura, mas não se via nada, porque lá dentro estava muito escuro. Puseram-se então à escuta, com os ouvidos encostados à arca. Ouviam-se lá muito longe crianças a chorar. De vez em quando ouvia-se: "PUM, PUM, PUM". E as crianças choravam sempre. Os irmão, cá fora, ficaram muito tristes pelas crianças que estavam lá dentro a chorar. "Vamos, vamos tentar abrir a arca novamente, para tirar os meninos daqui! " Tentaram novamente rodar a chave, com toda a força que podiam, mas esta não se movia nem um milímetro. Estavam nesta azáfama quando ouviram o vento a sussurrar:
- "Têm que chamar os meninos que estão lá dentro e pedir que os ajudem a rodar a chave........".
Os três manos começaram então a chamar: "- Venham, venham, ajudem-nos a abrir esta arca, para que possam sair daí."! E alguns meninos treparam até ao buraco da fechadura. Perguntaram lá de dentro:
" - Como? Como é que vamos abrir a arca?"
- "Nós temos aqui uma chave, só não temos força para rodar. Vamos virar a chave todos juntos?" - perguntou a Andreia.
- "Sim, todos ao mesmo tempo!" - responderam os meninos. " 1 - 2 - 3 !!! "
E a chave rodou com estrondo. A arca abriu-se, e os raios de luz invadiram a escuridão. Os meninos espreitaram, esfregando os olhos cheios de lágrimas. Não conseguiam ver, estava muito sol lá fora.
-"Por que é que estão a chorar? O que é que está lá dentro? " - perguntaram os irmãos.
- " Estamos a chorar porque temos fome e medo do escuro. Aqui há guerra e está tudo destruído e poluído. Os adultos deixaram a Natureza morrer e agora já não temos sol para iluminar, nem animais e plantas nem nada para comer.
Os três irmãos disseram: " Nós temos aqui duas outras arcas: uma tem o mar, a outra tem os campos e os montes... . Se os adultos do vosso país pudessem lembrar-se outra vez como é bonito o mundo e a natureza, certamente acabariam com a guerra."
Os meninos de dentro da arca pediram: " - Tragam para aqui as outras arcas. Assim, podemos vê-las também !!! " E os três meninos começaram a puxar as arcas. Puxaram, puxaram, empurraram e puxaram, até ficarem as três muito encostadinhas. Os meninos que estavam dentro da arca bateram palmas de alegria.
"- Vamos, vamos chamar os nossos pais, para que eles possam ver o mar e os campos. Como é tudo tão bonito !!!"
E começaram todos a visitar as arcas, até que já não se ouvia ninguém a chorar. É que no mar e no rio havia muitos peixes para comer, nas árvores muitos frutos para saborear e na terra muitos legumes para cozinhar. Os adultos recomeçaram a construir as suas casas e as crianças a brincar umas com as outras, esquecidas do passado. Tomara que não se esqueçam completamente da guerra e dos seus malefícios, para que não voltem a cometer os mesmos erros...
Com estes pensamentos, os três irmãos foram para casa, porque a mãe os estava a chamar. Quando voltaram ao jardim, um pouco mais tarde, as arcas já não estavam lá e nunca mais as viram. Também não tinha importância, porque no mundo deles ainda havia mar, terra, rios, montes e montanhas; flores de todas as cores, passarinhos com muitos trinados diferentes e outras coisas tão boas.. E um mundo novo a descobrir todos os dias.

Um conto de Célia Ascenso (adaptado)

2007-06-12


"Não abandonem os vossos amigos. Mantenham-nos sempre perto do coração e nunca saberão o que é solidão".

2007-06-11

AMIGO É ...


2007-06-10

OS LUSÍADAS E A OBRA LÍRICA DE CAMÕES




Os Lusíadas é considerada a principal epopeia da época moderna devido à sua grandeza e universalidade. As realizações de Portugal desde o Infante D. Henrique até à união dinástica com Espanha em 1580 são um marco na História, marcando a transição da Idade Média para a Época Moderna. A epopeia narra a história de Vasco da Gama e dos heróis portugueses que navegaram em torno do Cabo da Boa Esperança e abriram uma nova rota para a Índia. É uma epopeia humanista, mesmo nas suas contradições, na associação da mitologia pagã à visão cristã, nos sentimentos opostos sobre a guerra e o império, no gosto do repouso e no desejo de aventura, na apreciação do prazer e nas exigências de uma visão heróica.
A obra lírica de Camões foi publicada como "Rimas", não havendo acordo entre os diferentes editores quanto ao número de sonetos escritos pelo poeta e quanto à autoria de algumas das peças líricas. Alguns dos seus sonetos, como o conhecido
"Amor é fogo que arde sem se ver", pela ousada utilização dos paradoxos, prenunciam já o Barroco que se aproximava.

LUÍS VAZ DE CAMÕES


Luís Vaz de Camões (nasceu cerca do ano de 1524 e morreu a 10 de Junho de 1580) é considerado o maior poeta de língua portuguesa e dos maiores da Humanidade. O seu génio é comparável ao de Virgílio, Dante, Cervantes ou Shakespeare. Das suas obras, a epopeia Os Lusíadas é a mais significativa.

DIA 10 DE JUNHO - DIA DE PORTUGAL, DE CAMÕES E DAS COMUNIDADES

Foi a 10 de Junho de 1580 que morreu o grande poeta Luís de Camões, autor de "Os Lusíadas".
Camões é considerado o maior poeta português de todos os tempos.
Os Lusíadas contam a História de Portugal desde o início da nacionalidade até ao reinado de D. Manuel I, tendo como tema central a viagem de Vasco da Gama para a Índia.
Por esta motivo foi escolhido este dia para as celebrações do Dia de Portugal e de todas as Comunidades Portuguesas espalhadas por todos os cantos do Mundo.

2007-06-08

PASSEIO ESCOLAR A LISBOA - 6 DE JUNHO









No dia 6 de Junho de 2007, os alunos da EB1 de Santo André nº1, realizaram uma visita de estudo a Lisboa, para conhecerem o Pavilhão do Conhecimento e o Oceanário.
Foi um passeio espectacular.










































COMO SE FAZ UM VULCÃO ?




Material

placa de madeira, lata pequena cilíndrica e barro
pedras, paus, folhas secas e areia
vinagre, corante vermelho e bicarbonato de sódio

Um vulcão em erupção



Certamente já sabes o que é um vulcão. E até já deves ter visto o fogo a sair da boca de um vulcão num livro ou na televisão. Dizemos que um vulcão está em erupção quando da sua boca saem gases, cinzas ou lava, um líquido espesso e muito quente que, ao arrefecer, se transforma nas rochas que cobrem o vulcão. À medida que estas rochas se acumulam, o vulcão fica com a forma de um monte, tendo no cimo a boca ou cratera. Mas também há vulcões estão “adormecidos, isto é, não estão em erupção.


No interior da Terra as rochas estão líquidas e muito quentes. Estes líquidos fazem uma grande força sobre a superfície. Sempre que encontram um buraco saem. Assim aparecem os vulcões. Por vezes a lava sai com tanta força que parte é atirada ao ar e outra parte escorre ao longo do vulcão.
É fácil fazer um modelo de vulcão e perceber como a lava desce.

Precisas de uma lata, barro, uma placa de madeira, vinagre tinto e bicarbonato de sódio; podes usar pedras, paus e folhas do quintal para enfeitares o vulcão.
Começa por colocar a lata virada para cima no centro da placa de madeira. Aplica barro à volta da lata dando ao barro a forma de um vulcão: largo em baixo e estreito em cima, com a largura da lata. A lata deve ficar bem escondida, mas deixa a abertura destapada. Enfeita a encosta do teu vulcão com as pedras, paus e folhas, que apanhaste no quintal. Deixa secar durante vários dias. Não o ponhas ao Sol senão pode estalar! Quando estiver seco está pronto...

Vamos agora ver como funciona o vulcão. Deita lá dentro o vinagre. Se o vinagre for branco acrescenta-lhe umas gotas de corante vermelho. Junta bicarbonato de sódio.

O que observas? Não achas que o teu modelo parece mesmo um vulcão verdadeiro? Como saiu a lava? Saiu por todos os lados ou escolheu um certo caminho?

Vai deitando mais vinagre e mais bicarbonato de sódio... se quiseres que o teu vulcão esteja em erupção. Quando juntas o bicarbonato de sódio ao vinagre liberta-se um gás que sai da lata arrastando consigo o vinagre, tal qual numa erupção.



Trabalho realizado pelos aldeões (3.º e 4.º anos)

2007-06-05

DIA MUNDIAL DO AMBIENTE - 5 DE JUNHO


Lembremo-nos de S. Francisco,
o que nasceu em Assis
e falava com as águas,
com as árvores e com os bichos,
sentindo-se assim feliz
por respeitar todas as coisas
que eram a sua raiz.
E o homem poluidor
do nosso tempo moderno,
destruindo o ambiente,
além de não ser eterno,
acaba sempre por o fazer,
mesmo sem o querer,
da nossa vida um inferno.
Poema retirado de " O livro dos dias" de José Jorge Letria
Realizado pelos aldeões - Turma A (alunos do 3.º e 4.º anos)

2007-06-04

JOÃO E MARIA










João e Maria(Hänsel and Grethel)
Jacob e Wilhelm Grimm



Havia uma vez um lenhador muito, muito pobre, que vivia próximo a um enorme bosque com sua esposa e seus dois filhos. O menino se chamava João, e a menina, Maria. Sempre andavam escassos de tudo e chegou um dia que o lenhador não tinha sequer comida suficiente para dar à sua família. Certa noite, em que não conseguia dormir, acordou sua esposa para falar com ela: - Como vamos alimentar nossos filhos se nem sequer há bastante para os dois ?- disse-lhe. - Eu lhe direi o que podemos fazer. - respondeu a mulher. - Amanhã cedo levaremos as crianças para a parte mais espessa do bosque, acenderemos uma fogueira e lhes daremos um pedaço de pão; logo, iremos trabalhar e os deixaremos ali sozinhos. Não poderão encontrar o caminho de volta para casa e nos livraremos deles.- Não, mulher - disse o lenhador. - Me nego a fazer algo assim. Você por acaso acha que tenho o coração de pedra? Os animais selvagens sentiriam seu cheiro e os devorariam.- Que bobo você é! - exclamou a mulher. - Então, o que fazemos? Morremos de fome os quatro? Muito bem, não façamos nada, mas então continue cortando madeira para fazer quatro ataúdes - disse, e não o deixou sossegado até que conseguiu convencê-lo. As crianças, que não podiam dormir por causa da fome, escutaram as palavras de sua madrasta. Maria se pôs a chorar: - Estamos perdidos - disse ao seu irmão. - Não - disse João. - Não tenha medo, encontrarei uma maneira de escaparmos.
Quando escutou seus pais roncarem, levantou-se e saiu pela porta de atrás. Era noite de lua cheia e as pedrinhas que havia na entrada da casa brilhavam como se fossem de prata. João pegou quantas cabiam nos bolsos. Logo voltou a entrar.


No dia seguinte, antes, que o sol saísse, a mulher despertou as crianças: - Levantem, vamos ao bosque cortar lenha! - disse, e deu a cada uma delas um pedaço de pão. - Aqui têm, para o café da manhã. E não comam tudo, porque não tem mais. Maria colocou os dois pedaços de pão no bolso seu casaco, pois João já tinha os bolsos cheios de pedrinhas. Dois minutos depois, começaram a andar. Depois de caminhar um trecho, João parou e olhou para a casa, movimento que repetia várias vezes. - João! - disse-lhe uma das vezes seu pai - O que está olhando? Não fique para atrás, você pode se perder.
Mas na verdade João nem sequer havia prestado atenção na casa; virava de costas para deixar cair uma pedrinha branca. Chegando à parte mais densa do bosque, o pai disse: - Agora, filhos, vão buscar lenha, eu vou acender uma fogueira para que vocês não tenham frio. João e Maria juntaram bastante lenha para fazer uma pilha do tamanho de uma pequena colina. Seu pai colocou fogo nela e no momento que começou a arder, foi a mulher que se dirigiu às crianças: - Agora se deitem junto da fogueira, crianças. Seu pai e eu vamos cortar lenha. Quando terminarmos, viremos buscá-los.João e Maria se sentaram junto ao fogo, e ao meio-dia comeram seus pedaços de pão. Como estavam há muito tempo ali quietos, acabaram por dormir. Quando despertaram, já era de noite. Maria começou a chorar. João a consolou. - Vamos esperar que a lua esteja no alto do céu - disse ele - e encontraremos o caminho de casa.
Quando a lua apareceu, os dois seguiram o caminho que as pedras brancas marcavam. Caminharam toda a noite e ao amanhecer chegaram à sua casa. Chamaram à porta, e a madrasta abriu, dizendo: - Por que dormiram durante tanto tempo? Já estávamos pensando que não voltariam.O lenhador, ficou muito alegre de ver seus filhos. Sua consciência não lhe deixara dormir. Mas os tempos de escassez não haviam acabado, e as crianças, em suas camas, voltaram a escutar uma conversa entre seu pai e sua mulher. - Já comemos tudo, só nos resta meia fogaça de pão. Temos que desfazer-nos das crianças. Desta vez as levaremos mais longe, para que não possam encontrar o caminho de volta. Não há outra maneira de nos salvarmos. O pai sentiu um grande peso no coração. "Preferia dividir com eles o pouco que nos resta", pensou, mas sabia que sua esposa não escutaria seus argumentos. Como as crianças estavam acordadas e ouviram a conversa, João se levantou enquanto os pais dormiam. Queria pegar pedrinhas, mas a porta estava fechada com chave e ele não pôde sair.
De manhã, a mulher acordou as crianças e deu um pedaço de pão para cada uma. João partiu o seu em migalhas, e enquanto se dirigiam ao bosque, ia jogando-as pelo caminho. O casal os conduziu mais longe que nunca, a um lugar em que jamais haviam estado. Voltaram a acender uma fogueira, e a mulher disse: - Sentem-se aí, crianças, e durmam. Nós vamos ao bosque cortar madeira. Voltaremos pela tarde, quando terminarmos.Ao meio-dia, Maria dividiu com João seu pedaço de pão, tendo em vista que ele havia jogado o seu sobre o caminho. Depois dormiram. Passou a tarde, e ninguém foi buscar as crianças, que acordaram bem tarde da noite. - Não se preocupe - disse João, consolando sua irmã - Depois que sair a lua, poderemos ver as migalhas de pão que eu fui deixando cair, e encontraremos o caminho de casa.Mas as crianças não puderam encontrar o caminho, pois os pássaros foram comendo as migalhas que João havia deixado . - Não importa - disse o menino à sua irmã - Já encontraremos a maneira de voltar.
Infelizmente, isso não foi possível. Andaram durante toda a noite e todo o dia seguinte, mas não puderam encontrar um caminho por onde pudessem sair do bosque. Passaram muita fome, pois só encontraram alguns feijões. No final do dia, estavam tão cansados, que se deitaram debaixo de uma árvore e dormiram. No terceiro dia desde que sairam da casa de seu pai, voltaram a caminhar, mas só conseguiam entrar cada vez mais no bosque. Ao meio-dia viram um bonito pássaro branco pousado em um ramo. Tão doce era o seu canto que pararam para escutá-lo. Quando terminou de cantar, levantou vôo diante deles.


As crianças o seguiram, chegando a uma casinha sobre a qual o pássaro pousou. Ao aproximar-se mais da casa, perceberam que era feita de pão e coberta de bolos, enquanto a janela era de açúcar cristalizado. - Finalmente poderemos comer! - exclamou João - Eu comerei um pouco do telhado, Maria, e você pode comer uma parte da janela. - disse, e quebrou um pedaço do telhado para prová-lo. Maria se aproximou da janela e começou a comê-la. Nesse momento, ouviu-se uma voz melosa, que vinha do interior da casa: "- Quem será que está comendo todo o doce da casinha? Irei depressa, correndo, dar-lhe-ei um bom tapinha."
As crianças responderam: "- Ninguém come seu docinho. Fique calma, minha bela. É apenas um ventinho soprendo pela janela."
E continuaram comendo sem se preocupar. De repente, a porta se abriu, e saiu uma senhora apoiada em uma bengala. Eles se assustaram tanto, que deixaram cair o que tinham nas mãos. A velhinha, fez um gesto com a cabeça e disse: - Oh, que bom, crianças! Passem e sentem-se comigo, não tenham medo. Segurou os dois pelas mãos e os levou para sua casa, dando-lhes uma deliciosa refeição: bolos, doces e frutas. Quando terminaram, perceberam que havia duas belas caminhas preparadas para eles e, logo que se deitaram começaram a dormir como benditos. A velhinha, na realidade era uma velha bruxa que havia seguido as crianças de muito perto. As bruxas têm olhos vermelhos e vista curta, mas tem o olfato muito desenvolvido, especialmente para cheirar humanos. Só construiu a casinha de pães para agarrá-los. - Já os tenho, agora não podem escapar! - ela pensava. De manhã cedo, antes que as crianças acordassem, a primeira coisa que a bruxa fez foi olhá-los. Ao ver suas bochechas rosadas, sorriu e pegou João para levá-lo ao estábulo, e o trancou lá. Logo voltou para buscar Maria e a despertou: - Levante, preguiçosa, e faça alguma comida para o seu irmão. Quando ele engordar, eu o comerei. Maria começou a chorar, mas sabia que não tinha outra solução senão fazer o que a bruxa ordenava. Prepararam uma magnífica refeição para o pobre João. Maria, contudo, só comeu conchas de caranguejo. Todas as manhãs, a velha bruxa de aproximava do estábulo. - João - chamava-o - ponha um dedo para fora, para eu ver como você está engordando. Mas João sempre colocava um osso, que a bruxa, que via muito, muito mal, confundia com um dos dedos do menino, sem entender por quê demorava tanto para engordar. Depois de um mês perdeu a paciência: - Maria! - chamou ela. - Vá colocar água no fogo. Não me importa que esteja magro, amanhã eu comerei o João. Maria não conseguia parar de chorar. - Meu Deus, ajude-nos! - dizia, enquanto pegava água.

De manhã cedo, Maria teve que sair para acender o fogo para esquentar a água. - Primeiro, prepararemos o pão - disse a bruxa.
- Já esquentei o forno e fiz a massa. - disse, empurrando Maria para o forno, de onde saíam enormes chamas. - Agora entra aí e olha se já está bastante quente para fazer o pão. Na verdade, o que a bruxa pretendia era fechar o forno enquanto Maria estivesse lá dentro, porque também queria comê-la no mesmo dia. Mas Maria percebeu suas intenções. - Não sei o que fazer, como entro?- Estúpida! - reclamou a bruxa - Não está vendo que a porta é muito grande? Olha, até eu caberia nele - disse, aproximando-se do forno e colocando a cabeça dentro dele. Quando Maria viu que a velha colocava a cabeça, deu-lhe um empurrão e a bruxa caiu dentro do forno. Maria fechou a porta de ferro e correu o ferrolho. Como gritava a bruxa! Foi horrível, mas Maria saiu correndo, deixando que morresse miseravelmente. A menina foi procurar o irmão, abriu a porta do estábulo e chamou:- João, estamos livres, a bruxa morreu! João saiu do estábulo e eles festejaram por estarem livres finalmente! Como já não havia motivo para ter medo, entraram na casa e ali encontraram, caixas de pérolas e pedras preciosas. - São muito bonitas. - disse João, enchendo seus bolsos com elas. - Eu também quero levar algo para casa - disse Maria, e improvisou um cofre no seu avental. - Bem, agora vamos embora - disse João. - Nos afastemos do bosque das bruxas.
Depois de caminhar durante horas, chegaram a um grande lago. - Não há nenhuma ponte. - disse João. - Nem há um nenhum barco - acrescentou Maria - Mas, olhe, ali tem um grande cisne. Vou ver se ele nos ajuda. - Amigo cisne, quer servir de barco para podermos atravessar o lago? O cisne concordou e eles se sentaram em suas costas.Quando chegaram do outro lado do lago, agradeceram-lhe. Bem em frente havia uma estradinha e as árvores lhes pareciam familiares. No final de um trecho viram a casa de seu pai à distância. Começaram, então, a correr, e entraram muito eufóricos, abraçando seu pai com alvoroço. Sua mulher havia morrido, mas não era isso o que mais havia preocupado ao homem, que não havia vivido um só momento de tranqüilidade desde que abandonou seus filhos no bosque. Maria sacudiu seu avental e as pérolas rolaram pela casa, enquanto João tirava dos seus bolsos um punhado de pedras preciosas atrás de outro. Graças a elas, terminou seu sofrimento e puderam viver felizes para sempre.

DIA MUNDIAL DA CRIANÇA




Fomos comemorar o Dia Mundial da Criança na Praia da Costa de Santo André.

































2007-06-01

DIA MUNDIAL DA CRIANÇA - 1 DE JUNHO

É um dia em que cabem
todos os dias do ano
e as coisas mais bonitas
que não podem causar dano:
os sonhos e os brinquedos,
as festas, as guloseimas,
a sombra de alguns medos,
a casmurrice das teimas
e também, com fartura,
o afecto e o carinho
com que se faz a ternura,
para mostrar ao mundo
que a guerra é uma loucura
e que o gosto de ser menino
é o nosso eterno destino.

Poema retirado de " O livro dos dias" de José Jorge Letria
Realizado pelos aldeões - Turma A (alunos do 3.º e 4.º anos)