aldeões

Aldeões - nome escolhido para o meu Blog, pois o objectivo deste espaço é colocá-lo à disposição dos meus aldeões- alunos da EB1 da Aldeia de Santo André. Pretendo que aprendam a utilizar esta ferramenta e dela tirarem vantagens: compatilhando trabalhos; construíndo e consolidando os seus conhecimentos, através de uma aprendizagem activa e colaborativa.

2007-06-04

JOÃO E MARIA










João e Maria(Hänsel and Grethel)
Jacob e Wilhelm Grimm



Havia uma vez um lenhador muito, muito pobre, que vivia próximo a um enorme bosque com sua esposa e seus dois filhos. O menino se chamava João, e a menina, Maria. Sempre andavam escassos de tudo e chegou um dia que o lenhador não tinha sequer comida suficiente para dar à sua família. Certa noite, em que não conseguia dormir, acordou sua esposa para falar com ela: - Como vamos alimentar nossos filhos se nem sequer há bastante para os dois ?- disse-lhe. - Eu lhe direi o que podemos fazer. - respondeu a mulher. - Amanhã cedo levaremos as crianças para a parte mais espessa do bosque, acenderemos uma fogueira e lhes daremos um pedaço de pão; logo, iremos trabalhar e os deixaremos ali sozinhos. Não poderão encontrar o caminho de volta para casa e nos livraremos deles.- Não, mulher - disse o lenhador. - Me nego a fazer algo assim. Você por acaso acha que tenho o coração de pedra? Os animais selvagens sentiriam seu cheiro e os devorariam.- Que bobo você é! - exclamou a mulher. - Então, o que fazemos? Morremos de fome os quatro? Muito bem, não façamos nada, mas então continue cortando madeira para fazer quatro ataúdes - disse, e não o deixou sossegado até que conseguiu convencê-lo. As crianças, que não podiam dormir por causa da fome, escutaram as palavras de sua madrasta. Maria se pôs a chorar: - Estamos perdidos - disse ao seu irmão. - Não - disse João. - Não tenha medo, encontrarei uma maneira de escaparmos.
Quando escutou seus pais roncarem, levantou-se e saiu pela porta de atrás. Era noite de lua cheia e as pedrinhas que havia na entrada da casa brilhavam como se fossem de prata. João pegou quantas cabiam nos bolsos. Logo voltou a entrar.


No dia seguinte, antes, que o sol saísse, a mulher despertou as crianças: - Levantem, vamos ao bosque cortar lenha! - disse, e deu a cada uma delas um pedaço de pão. - Aqui têm, para o café da manhã. E não comam tudo, porque não tem mais. Maria colocou os dois pedaços de pão no bolso seu casaco, pois João já tinha os bolsos cheios de pedrinhas. Dois minutos depois, começaram a andar. Depois de caminhar um trecho, João parou e olhou para a casa, movimento que repetia várias vezes. - João! - disse-lhe uma das vezes seu pai - O que está olhando? Não fique para atrás, você pode se perder.
Mas na verdade João nem sequer havia prestado atenção na casa; virava de costas para deixar cair uma pedrinha branca. Chegando à parte mais densa do bosque, o pai disse: - Agora, filhos, vão buscar lenha, eu vou acender uma fogueira para que vocês não tenham frio. João e Maria juntaram bastante lenha para fazer uma pilha do tamanho de uma pequena colina. Seu pai colocou fogo nela e no momento que começou a arder, foi a mulher que se dirigiu às crianças: - Agora se deitem junto da fogueira, crianças. Seu pai e eu vamos cortar lenha. Quando terminarmos, viremos buscá-los.João e Maria se sentaram junto ao fogo, e ao meio-dia comeram seus pedaços de pão. Como estavam há muito tempo ali quietos, acabaram por dormir. Quando despertaram, já era de noite. Maria começou a chorar. João a consolou. - Vamos esperar que a lua esteja no alto do céu - disse ele - e encontraremos o caminho de casa.
Quando a lua apareceu, os dois seguiram o caminho que as pedras brancas marcavam. Caminharam toda a noite e ao amanhecer chegaram à sua casa. Chamaram à porta, e a madrasta abriu, dizendo: - Por que dormiram durante tanto tempo? Já estávamos pensando que não voltariam.O lenhador, ficou muito alegre de ver seus filhos. Sua consciência não lhe deixara dormir. Mas os tempos de escassez não haviam acabado, e as crianças, em suas camas, voltaram a escutar uma conversa entre seu pai e sua mulher. - Já comemos tudo, só nos resta meia fogaça de pão. Temos que desfazer-nos das crianças. Desta vez as levaremos mais longe, para que não possam encontrar o caminho de volta. Não há outra maneira de nos salvarmos. O pai sentiu um grande peso no coração. "Preferia dividir com eles o pouco que nos resta", pensou, mas sabia que sua esposa não escutaria seus argumentos. Como as crianças estavam acordadas e ouviram a conversa, João se levantou enquanto os pais dormiam. Queria pegar pedrinhas, mas a porta estava fechada com chave e ele não pôde sair.
De manhã, a mulher acordou as crianças e deu um pedaço de pão para cada uma. João partiu o seu em migalhas, e enquanto se dirigiam ao bosque, ia jogando-as pelo caminho. O casal os conduziu mais longe que nunca, a um lugar em que jamais haviam estado. Voltaram a acender uma fogueira, e a mulher disse: - Sentem-se aí, crianças, e durmam. Nós vamos ao bosque cortar madeira. Voltaremos pela tarde, quando terminarmos.Ao meio-dia, Maria dividiu com João seu pedaço de pão, tendo em vista que ele havia jogado o seu sobre o caminho. Depois dormiram. Passou a tarde, e ninguém foi buscar as crianças, que acordaram bem tarde da noite. - Não se preocupe - disse João, consolando sua irmã - Depois que sair a lua, poderemos ver as migalhas de pão que eu fui deixando cair, e encontraremos o caminho de casa.Mas as crianças não puderam encontrar o caminho, pois os pássaros foram comendo as migalhas que João havia deixado . - Não importa - disse o menino à sua irmã - Já encontraremos a maneira de voltar.
Infelizmente, isso não foi possível. Andaram durante toda a noite e todo o dia seguinte, mas não puderam encontrar um caminho por onde pudessem sair do bosque. Passaram muita fome, pois só encontraram alguns feijões. No final do dia, estavam tão cansados, que se deitaram debaixo de uma árvore e dormiram. No terceiro dia desde que sairam da casa de seu pai, voltaram a caminhar, mas só conseguiam entrar cada vez mais no bosque. Ao meio-dia viram um bonito pássaro branco pousado em um ramo. Tão doce era o seu canto que pararam para escutá-lo. Quando terminou de cantar, levantou vôo diante deles.


As crianças o seguiram, chegando a uma casinha sobre a qual o pássaro pousou. Ao aproximar-se mais da casa, perceberam que era feita de pão e coberta de bolos, enquanto a janela era de açúcar cristalizado. - Finalmente poderemos comer! - exclamou João - Eu comerei um pouco do telhado, Maria, e você pode comer uma parte da janela. - disse, e quebrou um pedaço do telhado para prová-lo. Maria se aproximou da janela e começou a comê-la. Nesse momento, ouviu-se uma voz melosa, que vinha do interior da casa: "- Quem será que está comendo todo o doce da casinha? Irei depressa, correndo, dar-lhe-ei um bom tapinha."
As crianças responderam: "- Ninguém come seu docinho. Fique calma, minha bela. É apenas um ventinho soprendo pela janela."
E continuaram comendo sem se preocupar. De repente, a porta se abriu, e saiu uma senhora apoiada em uma bengala. Eles se assustaram tanto, que deixaram cair o que tinham nas mãos. A velhinha, fez um gesto com a cabeça e disse: - Oh, que bom, crianças! Passem e sentem-se comigo, não tenham medo. Segurou os dois pelas mãos e os levou para sua casa, dando-lhes uma deliciosa refeição: bolos, doces e frutas. Quando terminaram, perceberam que havia duas belas caminhas preparadas para eles e, logo que se deitaram começaram a dormir como benditos. A velhinha, na realidade era uma velha bruxa que havia seguido as crianças de muito perto. As bruxas têm olhos vermelhos e vista curta, mas tem o olfato muito desenvolvido, especialmente para cheirar humanos. Só construiu a casinha de pães para agarrá-los. - Já os tenho, agora não podem escapar! - ela pensava. De manhã cedo, antes que as crianças acordassem, a primeira coisa que a bruxa fez foi olhá-los. Ao ver suas bochechas rosadas, sorriu e pegou João para levá-lo ao estábulo, e o trancou lá. Logo voltou para buscar Maria e a despertou: - Levante, preguiçosa, e faça alguma comida para o seu irmão. Quando ele engordar, eu o comerei. Maria começou a chorar, mas sabia que não tinha outra solução senão fazer o que a bruxa ordenava. Prepararam uma magnífica refeição para o pobre João. Maria, contudo, só comeu conchas de caranguejo. Todas as manhãs, a velha bruxa de aproximava do estábulo. - João - chamava-o - ponha um dedo para fora, para eu ver como você está engordando. Mas João sempre colocava um osso, que a bruxa, que via muito, muito mal, confundia com um dos dedos do menino, sem entender por quê demorava tanto para engordar. Depois de um mês perdeu a paciência: - Maria! - chamou ela. - Vá colocar água no fogo. Não me importa que esteja magro, amanhã eu comerei o João. Maria não conseguia parar de chorar. - Meu Deus, ajude-nos! - dizia, enquanto pegava água.

De manhã cedo, Maria teve que sair para acender o fogo para esquentar a água. - Primeiro, prepararemos o pão - disse a bruxa.
- Já esquentei o forno e fiz a massa. - disse, empurrando Maria para o forno, de onde saíam enormes chamas. - Agora entra aí e olha se já está bastante quente para fazer o pão. Na verdade, o que a bruxa pretendia era fechar o forno enquanto Maria estivesse lá dentro, porque também queria comê-la no mesmo dia. Mas Maria percebeu suas intenções. - Não sei o que fazer, como entro?- Estúpida! - reclamou a bruxa - Não está vendo que a porta é muito grande? Olha, até eu caberia nele - disse, aproximando-se do forno e colocando a cabeça dentro dele. Quando Maria viu que a velha colocava a cabeça, deu-lhe um empurrão e a bruxa caiu dentro do forno. Maria fechou a porta de ferro e correu o ferrolho. Como gritava a bruxa! Foi horrível, mas Maria saiu correndo, deixando que morresse miseravelmente. A menina foi procurar o irmão, abriu a porta do estábulo e chamou:- João, estamos livres, a bruxa morreu! João saiu do estábulo e eles festejaram por estarem livres finalmente! Como já não havia motivo para ter medo, entraram na casa e ali encontraram, caixas de pérolas e pedras preciosas. - São muito bonitas. - disse João, enchendo seus bolsos com elas. - Eu também quero levar algo para casa - disse Maria, e improvisou um cofre no seu avental. - Bem, agora vamos embora - disse João. - Nos afastemos do bosque das bruxas.
Depois de caminhar durante horas, chegaram a um grande lago. - Não há nenhuma ponte. - disse João. - Nem há um nenhum barco - acrescentou Maria - Mas, olhe, ali tem um grande cisne. Vou ver se ele nos ajuda. - Amigo cisne, quer servir de barco para podermos atravessar o lago? O cisne concordou e eles se sentaram em suas costas.Quando chegaram do outro lado do lago, agradeceram-lhe. Bem em frente havia uma estradinha e as árvores lhes pareciam familiares. No final de um trecho viram a casa de seu pai à distância. Começaram, então, a correr, e entraram muito eufóricos, abraçando seu pai com alvoroço. Sua mulher havia morrido, mas não era isso o que mais havia preocupado ao homem, que não havia vivido um só momento de tranqüilidade desde que abandonou seus filhos no bosque. Maria sacudiu seu avental e as pérolas rolaram pela casa, enquanto João tirava dos seus bolsos um punhado de pedras preciosas atrás de outro. Graças a elas, terminou seu sofrimento e puderam viver felizes para sempre.

2 Comments:

  • At 8:18 PM , Anonymous Anonymous said...

    professora não colhesia o conto mas tive a lelo e acho muito lindo.

     
  • At 7:42 PM , Anonymous Anonymous said...

    eu tambem nao conhecia o conto mas estive a lelo e é maravilhoso

     

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